2019: indústria deve investir em inovação e lançamentos
Por Márcia Rodrigues, especial para o Newtrade
Em época de recessão, é comum a indústria congelar lançamentos, limitar o número de pesquisas e suspender o trabalho de algumas linhas de produção para manter sua saúde financeira. Segundo especialistas, 2019 será o momento de as empresas retomarem suas atividades e retomar o seu ritmo produtivo.
“Com a mudança no consumo, público mais digital, buscando saudabilidade, respeito com o meio ambiente, valorização da mulher, respeito às diferenças de gênero, famílias menores, a indústria que não ficar atenta a essas transformações, vai perder mercado”, diz Antonio Sá, professor da pós-graduação da FAAP (Faculdade Armando Alvares Penteado).
Para Alan Kuhar, professor de marketing e varejo da ESPM, a indústria deve voltar a investir em pesquisa e desengavetar lançamentos.
Confira as dicas dos especialistas:
Indústria deve identificar mudança
Segundo Sá, a indústria precisa observar quais foram as mudanças de comportamento do consumidor durante o período de crise, para saber qual será o seu desejo de compra no momento que ele tiver dinheiro no bolso. “As mudanças de comportamento podem ter sido definitivas ou ele pode voltar a comprar como antes. Por isso é preciso fazer este levantamento. ”
Pesquisas e lançamentos
Em período de crise, vários setores da economia são atingidos: indústria, agricultura, serviços e, dentro deles, o varejo. “É uma fase que a Indústria investe menos em pesquisa em todas as suas marcas. Ao retomar força, ela deve voltar a investir em pesquisas e lançar produtos que atendam às novas necessidades do consumidor”, diz Alan Kuhar, professor de marketing e varejo da ESPM,
De acordo com Kuhar, quem sobreviveu à crise, deve ampliar seu mix de produtos e aumentar a sua margem de produção, que normalmente são afetados durante a recessão.
“Durante a crise, a indústria enxuga as linhas de produtos, deixa de trabalhar momentaneamente com um produto, corta pessoal, mas mantém a vantagem de ter um parque industrial instalado e pronto para voltar a produzir assim que a situação melhorar. Ninguém quer ter a linha parada, mas, às vezes, é a melhor saída.”
Segundo Kuhar, é o momento de a indústria olhar para o concorrente, ver o que ele está fazendo, e participar desse progresso.
Consumo consciente e saudável
Para Sá, independentemente do fim da crise, as tendências de consumo mudaram e não dependem apenas da renda do consumidor. “Ele está migrando para consumo de alimentos saudáveis. É preciso saber que alimentos são esses, o que o consumidor está comprando? Se ele está comprando porções menores e mais saudáveis, qual é o alimento que interessa para ele? Como sentir isso? É preciso conversar mais com o cliente, fazer perguntas, estar nas lojas. Seja por pesquisas sólidas ou de forma empírica”, orienta.
De acordo com ele, isso é importante porque a mudança tem sido vital. “Consumidores têm feito novas escolhas na forma de se vestir, buscar transporte coletivo. Isso tem impactado nos produtos que ele escolhe.”
Outro fator ressaltado pelo especialista é o interesse do consumidor por toda a cadeia produtiva. “Hoje as pessoas estão mais esclarecidas. Querem conhecer mais a cadeia produtiva, saber o impacto no meio ambiente e na sociedade. As informações estão chegando para o consumidor e aspectos que não sabiam antes, que um animal ficava recluso em um laboratório, por exemplo, hoje é público e a tendência é essa preocupação aumentar. ”
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